Pelo menos três secretários municipais de Fortaleza e cinco auxiliares do governo Camilo Santana devem se afastar das gestões no próximo dia 7 de abril, seis meses antes da eleição, para emplacar candidaturas com vistas ao próximo pleito.
A data está prevista no calendário do Tribunal Superior Eleitoral como data limite para a chamada “desincompatibilização”. Este ano, os eleitores vão eleger presidente da República, governadores dos estados, dois terços do Senado Federal, deputados federais e deputados estaduais ou distritais.
Questionado sobre o assunto, o prefeito Roberto Cláudio (PDT) afasta uma possível complicação com a descontinuidade dos trabalhos nas pastas.
“Caso haja a decisão de candidatura de algum agente público, de algum secretário ou subsecretário, alguém da gestão pública, em abril, prazo legal, é necessário o afastamento da gestão para que venha a cumprir as suas tarefas pré-eleitorais e, garantindo a substituição desses quadros, que eventualmente decidam ser candidatos”, disse.
O prefeito, que não irá concorrer a eleição de 2018, deixa claro que não pretende permitir a contaminação da disputa política nas ações administrativas. “Meu objetivo, agora ,é focar na gestão, no resultado e na administração. Quanto menos contaminação acontecer, do processo eleitoral com o processo administrativo, melhor para a cidade de Fortaleza”, enfatizou o pedetista. RC evitou falar em nomes de substitutos para os secretários que devem deixar os cargos nos próximos meses.
Nos bastidores, no entanto, a administração municipal trabalha com a saída do titular da Secretaria Regional VI (SER VI), Antonio José; do secretário de Desenvolvimento Econômico, Mosiah Torgan (filho do vice-prefeito Moroni Torgan); e do chefe de gabinete do prefeito Roberto Cláudio, Queiroz Filho (filiado recentemente ao PDT com as bençãos do chefe do Executivo da Capital). Ainda é ventilada a possibilidade de que deixem o Executivo, para concorrer a cadeiras dos legislativos, os secretários: Antônio Henrique (da SER III); Alexandre Pereira (Turismo), e Evaldo Lima (Cultura).
Já no caso do governo estadual, o governador Camilo Santana deverá procurar substituto para, pelo menos, cinco secretários que, atualmente, são cotados para a disputa na eleição de 2018. São eles: Inácio Arruda (Ciência e Tecnologia), Dedé Teixeira (Desenvolvimento Agrário); Mauro Filho (Fazenda); Josbertini Clementino (Trabalho); e Jesualdo Farias (Cidades).
Outro nome cotado para a disputa era o do petista Artur Bruno (Semace). O secretário, no entanto, já revelou que não irá mais concorrer a cargos públicos. Bruno, que teve 26 mil votos para deputado estadual na eleição de 2014 e ficou na suplência, declarou que “não quer mais ser parlamentar”. Ao ser questionado sobre as pretensões políticas na corrida eleitoral do ano que vem, o secretário adiantou que não disputará nenhum cargo eletivo em 2018. “Não quero mais ser parlamentar. Essa fase passou e passou muito bem”, disse.
Em entrevista, o ex-deputado comentou sobre sua atuação Legislativo e disse estar focado no Executivo. “Estou apaixonado pelo Executivo. Estou me dedicando. Estou gostando muito do Poder Executivo, porque você realiza mais. No Legislativo, você luta por questões e classes, mas você não consegue realizar muito”, disse ele, que pretende se dedicar à reeleição do governador Camilo Santana. E afirmou que, enquanto Camilo quiser, estará a disposição para atuar à frente da Secretaria de Meio Ambiente do Estado. Artur Bruno já foi deputado federal, quatro vezes deputado estadual e duas vezes vereador de Fortaleza, em todas as ocasiões pelo PT. É formado em Pedagogia e há mais de 35 anos dedica-se à formação da juventude, como professor de Geografia e História em cursos pré-universitários públicos e privados.
Fonte: O Estado